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quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Pimenta Malagueta

(Capsicum Frutescens)
A Pimenta Malagueta é um arbusto pequeno da família das solanáceas, nativo de regiões tropicais da América, muito cultivado no Brasil. Possui folhas ovais acuminadas, flores alvas e bagas fusiformes vermelhas de sabor muito picantes, utilizadas como condimento e excitantes do aparelho digestivo.
Os diversos cultivares existentes são identificados pelo mundo afora tanto pelo uso de nomes científicos como populares como Capsicum Annuum, Jindungo, Maguita-tuá-tuá, Ndongo, Nedungo e Piripiri.
História
O primeiro europeu a ter contato com a Pimenta Malagueta foi Cristóvão Colombo quando desembarcou na região onde se localiza atualmente o México.
Além de ser uma iguaria nobre muito apreciada pelos antigos habitantes das Américas, era também utilizada como corante natural e, sobretudo, como medicamento.
Menos de um século depois de ser levada à Europa, a Pimenta Malagueta ganhou o mundo e, devido às suas qualidades, se espalhou por diversas culturas ancestrais, incluindo a Arábia, a Índia e a China. Desde então, vem seduzindo cada vez mais pessoas em todos os continentes.
Apesar de ardida, esta enigmática frutinha vermelha e brilhante sempre exerceu inexplicável fascínio nas pessoas, a ponto de intrigar pesquisadores, nutrólogos e profissionais da gastronomia. Ora, não há explicação razoável que justifiquem o prazer e o gosto de tantos apreciadores que habitualmente buscam o efeito picante e a dor provocada pela ingestão de pimentas! Seriam eles motivados por alguma conduta masoquista inconsciente ou seria apenas uma ação instintiva do organismo, buscando saciar anseios nutricionais?
Certo é que, além de saudável, a Pimenta Malagueta traz sabores e cores especiais aos mais diversos tipos de pratos, estando plenamente integrados à cultura e aos costumes de centenas de países pelo mundo afora, especialmente do Brasil e do México, onde é o principal ingrediente responsável pelas peculiaridades e qualidades gastronômicas típicas mais apreciadas.
Propriedades nutricionais
Concentra em sua composição altos índices de vitamina C, Ácido Fólico, Betacaroteno (vitamina A), vitamina E, Magnésio, Ferro e Aminoácidos, além de diversas substâncias com efeitos comprovadamente anticancerígenos e antioxidantes.
Propriedades botânicas
Os componentes típicos, encontrados exclusivamente nas pimentas, e que são responsáveis não só pela ardência, como também pelas várias propriedades curativas, antioxidantes e anticancerígenas, são enzimas denominadas Capsaicinóides, que são divididas em duas categorias:
Capsaicina:
Encontrada nas nervuras do fruto das pimentas vermelhas.
Piperina:
Muito concentrada na pimenta-do-reino, porém presente também nas sementes de diversas espécies de pimentas hortícolas.

Essas duas substâncias isoladas não possuem qualquer cheiro ou sabor. Entretanto, o simples contato com as células da boca e das mucosas, provoca reação imediata, cada qual ao seu modo. A Piperina exerce um efeito causticante sobre a membrana das células, causando a sensação de ardência, devido a uma espécie de queimadura química superficial da mucosa.
Já a Capsaicinaage de forma diferente, apesar de causar a mesma sensação de ardência. Seu efeito provoca uma surpreendente aceleração do metabolismo no local atingido, dilatando os vasos capilares e aumentando o fluxo sanguíneo. Isto propicia um substancial aumento do fluxo de nutrientes e de oxigênio nessa área, além de estimular as ramificações nervosas, elevar a capacidade dos sistemas imunológico e anti inflamatório e melhorar a capacidade de cicatrização e a ação bacteriológica, conforme veremos em detalhes a seguir.
Propriedades curativas
Confirmando conhecimentos de antigas culturas e da sabedoria popular, pesquisas atuais demonstram que a ação da Capsaicina protege o aparelho digestivo contra danos causados por substâncias agressivas, como álcool e alimentos ácidos, além de aumentar a velocidade de trabalho e a eficiência das funções intestinais. Além disso, seu efeito na boca e nas gengivas, estimula a salivação e limpa os dentes e, através da ação vasodilatadora, aumenta os batimentos cardíacos e a sudorese.
Um dos piores mitos associados à pimenta é o de que provocaria ou agravaria gastrite, úlcera e hemorroidas. Entretanto, nada disso é verdade! Contrariando crendices populares e até mesmo teorias médico-científicas, pesquisas mostram justamente o oposto e comprovam que a pimenta pode, inclusive, trazer cura a essas moléstias.

A experiência comprovou que pessoas com hemorroidas, por exemplo, embora possam, num primeiro momento, sofrer irritações no reto após ingestão de pimentas vermelhas, podem ter resultados curativos importantes. A ingestão moderada e prolongada de pimentas com baixo teor de Piperina, como é o caso da Malagueta, provocará o aumento da capacidade restauradora da mucosa afetada, reforçando o processo de cicatrização, podendo trazer a cura definitiva.
Os Bioflavonoides, pigmentos vegetais contidos nas pimentas vermelhas, segundo pesquisas realizadas, parecem prevenir contra o câncer, sendo que a Capsaicina, além de todos os efeitos mencionados, comprovadamente age como eficiente anticoagulante, prevenindo a formação de coágulos que poderiam causar ataques cardíacos ou derrames cerebrais.
Uma das aplicações medicinais da pimenta, amplamente divulgada pelos meios científicos, é o seu efeito curativo sobre grande parte dos tipos de enxaqueca e cefaleias, reconhecido pelo Dr. Alexandre Feldman, um dos maiores especialista do ramo no Brasil.
Ação metabólica
O ação da pimenta e seus efeitos no metabolismo humano acontecem da seguinte maneira: Quando você ingere um alimento apimentado, os Capsaicinóides atingem os receptores sensíveis existentes nas células da língua e da boca, provocando efeito similar à causticação química (queimadura). Imediatamente esses receptores enviam um sinal ao cérebro, informando que a sua boca está queimando, como se estivesse pegando fogo no local.
Em resposta, o cérebro determina várias ações para conter o suposto incêndio, restaurar os danos causados e reforçar as defesas naturais da região afetada. Num verdadeiro mutirão metabólico, vários agentes biológicos entram em cena, provocando o aumento da temperatura no local, o que potencializa a ação das defesas naturais do organismo. E, então, você começará a salivar, aumentará a transpiração na face e o seu nariz ficará úmido.

Quando este processo é causado pela ação da Capsaicina, aquela que é abundante na Pimenta Malagueta, tudo isso ocorre sem que, na verdade, nenhum dano real tenha acontecido às células, pois esta enzima apenas provoca a falsa sensação de queimadura, sem qualquer efeito físico verdadeiro


Assim, embora os tecidos permaneçam absolutamente ilesos, o seu cérebro, enganado por um falso alarme de incêndio, dispara aquela série de ações e, ao mesmo tempo, começa a fabricar neurotransmissores que, além de agirem imediatamente, ainda permanecem por um bom tempo no organismo, provocando uma sensação de bem-estar e de euforia muito agradáveis, resultante do estado alterado de consciência causado, sobretudo, pela descarga natural de endorfina, dopamina e adrenalina determinada pelo cérebro.
Essa super atividade não ocorre apenas na boca. Ela se estende igualmente ao longo de todo aparelho digestivo, até o reto. Ou seja, inclusive nas áreas desprovidas de células sensíveis à ardência, onde não sentimos oi efeito da pimenta, como nas mucosas internas do estômago e do intestino, também acontece essa poderosa reação ao estímulo dos capsaicinóides.

A substancial aceleração do metabolismo, conforme descrito acima, também provoca intenso aumento do fluxo sanguíneo e da concentração de glóbulos brancos (leucócitos), que são os defensores do nosso organismo e responsáveis pelo funcionamento do sistema imunológico. Como consequência, tem-se uma ação concentrada do metabolismo, resultando na manutenção, restauração e reforço das defesas das células e tecidos atingidos.
Além da coloração intensa e dos sabores picantes, associados aos caprichos e à sedução, a pimenta historicamente tem sido considerada como um suposto afrodisíaco. Já no século XVI era proibida aos jovens sob a suspeita de estimular a sensualidade. E tudo isso surpreendentemente pode ter fundamentos razoáveis, uma vez que a Capsaicina, ao provocar o aumento dos níveis de endorfina, faz com que o sistema nervoso central responda com uma agradável sensação de prazer e bem estar, além de elevar a temperatura corporal e ruborizar a face, condições propícias ao afloramento espontâneo da sensualidade e da libido.
A malagueta original
A pimenta-malagueta silvestre, também conhecida no Brasil como Malaguetinha Caipira, destaca-se pela alta concentração da Capsaicina e baixíssimos teores de Piperina, o que faz com que seus efeitos no organismo humano sejam predominantemente benéficos. Além disso, seu sabor inconfundível e marcante e seu aroma agradável fazem dela a variedade mais apreciada e mais apropriada à maioria dos pratos.
Contudo, é importante salientar que as espécies de pimenta comercializadas como sendo malagueta, via de regra são espécies híbridas, resultantes de cruzamentos realizados para desenvolver variedades mais produtivas, mais resistentes a pragas e menos atrativas aos pássaros e insetos, uma vez que a Malaguetinha original é altamente susceptível a todos esses ataques.
A cultura popular no interior dos estados de Minas Gerais e de Goiás, no Brasil, identifica a maioria das variedades encontradas no comércio com rótulo de Pimenta Malagueta, como sendo "Pimenta Café". Esta denominação decorre do aroma característico da fruta que se assemelha ao cheiro do grão de café em fase de secagem. Além disso, outra característica fundamental que difere a Malaguetinha silvestre das espécies híbridas é o tamanho e a coloração do fruto. A variedade original apresenta um fruto menor do que as espécies mais comuns e, mesmo após amadurecido, a pontinha do fruto preserva um tom levemente esverdeado.
Fonte de referência:
  • Pesquisa aprimorada ao longo de 28 anos, com a colaboração a acompanhamento de médicos e cientistas especializados;
  •  Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Pimenta_Malagueta), cuja versão original, publicada pela primeira vez em 2004 e deletada posteriormente pela Wikipedia, é de nossa autoria.
  • Sabedoria popular.
* Marcio Almeida é Engenheiro Mecânico e Engenheiro Industrial, Administrador de Empresas, Mestre em Gestão Governamental e Ciência Política, Especialista em Direito Administrativo Disciplinar, pesquisador autodidata em Nutrologia e Nutrição Esportiva (desde 1994), História da Música, História Natural e Sociologia. É Meio-Maratonista, ex Diretor de Auditoria Legislativa e ex Presidente de Processos Disciplinares na Administração Federal Brasileira, MM

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