Entre 1975 e 76,
eu morava numa pensão na rua Guajajaras, esquina com São Paulo, em BH,
juntamente com meus irmãos Thomé (Jader) e Aluísio, o meu primo Fernando
Almeida, além do Geraldo Cesar Bontempo, o Luiz Carlos Ferreira e o João
Pancada (filho do Neném do Salate) e mais uns doidos de Astolfo Dutra e
Conselheiro Lafaiete.
Os Donos da
Pensão eram uma família de refugiados portugueses, vindos de Angola para o
Brasil, fugidos da guerra civil naquele país. Não me lembro os nomes deles, mas
sei que o Luiz Ferreira apelidou a moça, filha da dona, de Genezinha 😀 e me lembro também que a gente gostava
muito da comida, porque tinha azeite de oliva de verdade na mesa 😀 - eram portugueses, né!
Um dia o
Aluísio, meu irmão, chegou na pensão trazendo uma fita K-7 com a música
"Love Hurts", da banda escocesa Nazareth. A gente não tinha toca-fitas
e não conhecíamos a música ainda, mas ele não se cansava de repetir que era a
música mais linda que já tinha sido lançada no mundo!
No primeiro
sábado seguinte, fomos para um boteco na esquina da Araguari com Goitacazes,
onde a gente sabia que tinha toca-fitas e o dono colocava nossas fitas pra
tocar.
Passamos a tarde
inteira bebendo cerveja e ouvindo essa música. De vez em quando o dono do
buteco colocava outra música, pra dar uma pausa, mas logo a gente estava lá,
enchendo o saco dele pra voltar a repetir "Love Hurts" 😁
No final da
tarde, a gente já tava chamando urubu de "meu loiro", quando o
Fernando, muito criativamente, inventou a brincadeira de "peneirar
copos", que consistia no seguinte: colocávamos vários copos cheios de
cerveja na mesa, depois começava-se um vira-vira. Mas cada copo que era
esvaziado no glut-glut, era atirado (peneirado) no asfalto, rua abaixo.
O objetivo era
ver quem peneirava mais copos e quem fazia os cacos esparramarem mais no
asfalto.
Coisas de
estudantes adolescentes!!!
...
Hoje vi, na TL
do Geraldo Magela, essa espetacular interpretação de "Love Hurts" com
a cantora tcheca Gabriela Gunčíková, que me fez lembrar disso tudo, me fez
sentir uma saudade imensa do meu irmão Aluísio, que nos deixou há 10 anos, e me
emocionou.
Marcio Almeida é Engenheiro Mecânico e Engenheiro Industrial, Administrador de Empresas, MBA em Gestão Governamental e Ciência Política, Especialista em Informática, Especialista em Direito Administrativo Disciplinar, ex Diretor de Auditoria Legislativa e ex Presidente de Processos Disciplinares na Administração Federal Brasileira, Diplomado da Escola Superior de Guerra, M∴M∴, Escritor, Músico Amador, Meio-Maratonista, pesquisador autodidata em Nutrologia e Nutrição Esportiva, História e Sociologia.
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